Valores e atividade científica 3, Hugh Lacey, 2022.
Neste livro encontra-se uma filosofia da ciência situada. Primeiro, porque se dedica a
considerar o
impacto das inovações tecnocientíficas no mundo cotidiano no qual acontece a vida comum das pessoas;
depois, porque se alinha aos valores da justiça social, participação democrática e sustentabilidade
ambiental. Nele, Hugh Lacey combina de modo peculiar epistemologia (rigorosa e analítica) e ética
(na ampla dimensão pragmática dos valores) na análise da situação alimentar atual. Mas, ao não
abdicar de contribuir para a solução dos problemas concretos que afligem o mundo da vida, a
filosofia praticada por Lacey se revela uma filosofia da ciência engajada, que propõe
alternativas
para a condução da pesquisa científica, de modo a satisfazer melhor o ideal da neutralidade e a
contribuir para o enfrentamento do problema da fome que assombra o Brasil contemporâneo. Lacey expõe
a capacidade da agroecologia de tratar satisfatoriamente da segurança e da soberania alimentares,
mostrando, contudo, que o pleno desenvolvimento da alternativa agroecológica depende de profunda
reestruturação e readequação das instituições científicas. Este é um livro corajoso, no qual Lacey
enfrenta e questiona com lucidez e rigor o predomínio do agronegócio no atual sistema agroalimentar
do país, convidando a explorar as possibilidades da pesquisa agroecológica.
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Scientiae Studia, v. 12, número 4, 2014.
Número que produz, com os artigos de Lacey & Mariconda e de Lacey, uma atualização do modelo da
interação entre a ciência e os valores, fornecendo uma visão esquemática e sintética de sua imagem
do funcionamento da ciência e da tecnologia. Os artigos de Marcus Sacrini, Maurício de Carvalho
Ramos, Valter Bezerra e Sylvia Gemignani Garcia, desenvolvem várias dimensões do modelo da
interação. Pablo Mariconda discute a liberação de sementes transgênicas pela CTNBio.
Sumário da revista aqui.